Mar Oculto
Monday, September 24, 2007
Monday, September 17, 2007
Vivemos numa sociedade livre, numa sociedade que grita tão alto ser livre que somos inundados diariamente com essa afirmação de forma quase ditatorial.
Toda a gente diz ser livre, ao mesmo tempo que usa as roupas que são socialmente aceites, em actos sociais aceites na maioria, numa língua falada pela maioria, com um conviver consigo mesmo aparentemente saudável e socialmente aceite.
Ser livre é não fazermos o que as outras pessoas dizem num tom crítico, ser livre é reclamar uma pretensa individualidade separada do mundo.
Ser livre é estar na contra-corrente da sociedade, ser livre é querer ser diferente à força, usar roupas largas e esquisitas, querer a "liberdade" global e quiçá falar assazmente de sexo anal(fui quase obrigado a meter isto, lol...)
Ser livre, é pois, ser e querer ser tão homogeneizador como quem está acorrentado às tradições velhas e arreigadas da sociedade.
Isto acontece porque a sociedade permite uma auto-rebelião dentro de si mesma, como para controlar todos os mini-motins que acontecem dentro dela, as sociedades actuais são um exemplo perfeito de yin-yang, o equilíbrio de duas forças opositoras.
Ao mesmo tempo que a sociedade professa o valor da família, dá ao mesmo tempo a oportunidade a quem se quer "rebelar" de juntar um grupo de pessoas alegadamente "descontentes".
A nossa liberdade não é somente a liberdade de podermos andar numa caixa de areia, sendo uma areia molhada e outra seca.
Ninguém tem mesmo a coragem suficiente de querer sair da caixa e ser livre.