Não me deem uma manhã primaveril, nem uma tarde solarenga de verão e também podem por de parte os dias chuvosos do inverno.
É dessas manhãs brumosas do Outono que preciso, dessa indefinição tão certa entre árvores mortiças e céus cinzentos, olhares cálidos e expressões vazias, do sol sem se ver mas que de tão luminoso ilumina mesmo através das opacas nuvens brancas, da natureza que perdeu a esperança, das ruas que perderam a vida do quotidiano anterior, do mar em fúria e das pedras enegrecidas, dos barcos solitários em busca do alto mar, da serra verdejante ensombrada pelos colossos no firmamento, da praia molhada de chuva e maresia.
É nessa estação, onde a solidão e a desesperança abarca todos os elementos que a compõem, que o sorriso morre, as lágrimas secam, um abraço falta e aquele desejo de um caloroso beijo desvanecem.
Já ninguém espera, já ninguém deseja, já ninguém quer, a derrota habita na postura de todos, pessoas, animais e elementos. O Futuro desaparece e o único que permanece é o Presente, tão desolado e certo como se sente.
1 Comments:
há pelo menos a esperança de dias melhores, de futuros risonhos e a promessa da felicidade.
nunca deixes de sonhar...
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